terça-feira, 31 de janeiro de 2012

GLOBALIZAÇÃO E RISCO


As consequências da globalização são de largo alcance, afetando praticamente todos os aspetos do mundo social. No entanto, dado a globalização ser um processo em aberto e intrinsecamente contraditório, as suas consequências são difíceis de prever e controlar. Outra forma de pensar esta dinâmica é em termos de risco. Muitas das mudanças acarretadas pela globalização resultam em novas formas de riscos, muito diferentes das que existiam em épocas anteriores. Ao contrário dos riscos do passado, que tinham causas estabelecidas e efeitos conhecidos, os riscos de hoje em dia são incalculáveis e de consequências indeterminadas.

Riscos Ambientais

Uma das consequências do aumento do ritmo de desenvolvimento industrial e tecnológico tem sido o aumento constante da intervenção humana sobre a natureza. A urbanização, a produção industrial e a poluição, a construção de represas e barragens hidroelétricas, os projetos agrícolas em larga escala, e os programas de energia nuclear são apenas algumas formas de impacto do ser humano sobre o meio natural. O resultado coletivo de tais processos tem sido o início de uma destruição ambiental, cuja causa especifica não é conhecida e as suas consequências difíceis de calcular.       
No mundo globalizante de hoje, os riscos ecológicos ameaçam-nos de variadas formas. A preocupação com o aquecimento global tem inquietado a comunidade científica há já algum tempo: é hoje amplamente aceite o fato de que a temperatura do planeta tem vindo a aumentar com o acumular de gases nocivos na atmosfera. As consequências do aquecimento global são devastadoras: se os icebergs polares continuarem a derreter ao ritmo atual, o nível médio das águas subirá e pode ameaçar as massas terrestres acima do nível do mar e as populações que aí vivem.
Já todos nos demos conta de alguns padrões meteorológicos estranhos nos últimos anos. Cientistas e meteorologistas tem vindo a público afirmar que tais acontecimentos climáticos «extremos», altas temperaturas fora da época, secas, cheias e ciclones, têm ocorrido com uma frequência cada vez maior.
Embora ninguém possa estar completamente seguro disso, muitas pessoas acreditam que estas catástrofes naturais tem em parte como causa o aquecimento global o aumento da temperatura da atmosfera terrestre. Se as emissões de dióxido de carbono que contribuem para o aquecimento global permanecerem sem controlo, é provável que os danos sobre o clima da terra se tornem irreversíveis.

A diferença entre risco e catástrofe


Todos os dias os telejornais abrem com notícias de catástrofes que provocaram várias vítimas ou causaram prejuízos avultados. Normalmente por ano ocorrem:


  • 12 Milhões de tremores de terra, sendo que cerca de 100 tem efeitos devastadores para as sociedades;
  • 100 Mil tempestades;
  • 10 Mil inundações;
  • Centenas de deslizamentos de terras e tornados;
  • E alguns furacões, fogos florestais, erupções vulcânicas, secas e tsunamis. 



Riscos de Saúde





Nas últimas décadas, os perigos dos riscos da saúde humana tem sido alvo de uma maior atenção. Por exemplo, exposição ao sol, dados os malefícios dos raios ultra violeta, e que se aplicam protetores solares para evitar queimaduras não evita um risco elevado de cancro de pele em todo mundo. Pensa-se que tal, está associado à devastação da camada de ozono – a camada da atmosfera terrestre que normalmente filtra os raios ultra violeta. Devido ao grande volume de emissões químicas produzidas pela indústria e pela atividade humana em geral, a concentração de ozono na atmosfera tem vindo a diminuir e em alguns casos, surgiram mesmo «buracos» de ozono.


Riscos Alimentares

A necessidade de produzir grandes quantidades de alimentos para abastecer mercados globais, potenciados pelo baixo custo do transporte e pela facilidade e rapidez do mesmo, incentivou a utilização de novas técnicas de produção alimentar não totalmente dominadas nas suas consequências para a saúde humana. Há muitos exemplos de risco manufaturados associados à alimentação. 




A agricultura e as técnicas de produção alimentar modernas têm sido altamente influenciadas por avanços no campo da ciência e da tecnologia. Pesticidas, químicos e herbicidas são hoje amplamente usados na agricultura moderna, e muitas espécies animais (como frango ou o porco…) estão repletas de hormonas e antibióticos. Algumas pessoas defenderam já que técnicas agrícolas como estas põem em risco a segurança alimentar e podem ter um efeito nefasto sobre os humanos.

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